5.16.2006

Trabalhar

De um modo inseguro as pessoas olham umas para as outras no caminho do trabalho como se fossem culpadas pelo trabalho que repousa e espera por elas. Não dá para caminhar em descontracção, há uma ansiedade presente nas pessoas que efectivamente se deslocam para o trabalho. A maioria, não digo todas as pessoas, trabalham apenas por sustento. Pelos encargos que adquiriram. Nas cidades só se sobrevive trabalhando, e a maior parte do trabalho é desconstrutivo da personalidade. Mesmo que não repetitivo, até podendo ser desafiador, mas quase todo ele é desumanista. Se efectivamente houvesse possibilidade de escolha, acho que seríamos todos caçadores-recolectores. Talvez agricultores. Mas nunca escravos da sociedade. Porque se chega a um ponto em que o objectivo intrinseco do trabalho é meramente inserido e imanente à sociedade, e já não ao indivíduo. É uma espécie de doença que se caracteriza por haver duas personalidades nas pessoas, uma aquele que trabalha, e outra aquele que é o ser. As possibilidades do trabalho têm de ser transformar a sociedade em conjuntos onde as pessoas são, e não onde apenas integram qualquer coisa mais global que é.

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