11.25.2005

Inacreditável

Há coisas que só lembram ao diabo. Esta história da Daniela Mercury é um caso desses. Mas por favor alguém diga a essa gente que o mais importante não pode ser escondido e relegado para debaixo do tapete? É por coisas destas que sempre que se pensa na Igreja se pensa em preservativos, a tal arma do mal, que parece que salva vidas. Mas isso não interessa nada, já que parece também que o sexo é uma coisa má, apesar de ser natural. E humana. Há uma coisa que não entendo: condena-se a homossexualidade por ser contra as leis da natureza, e não se condena o celibato pela mesma razão porquê? Deve ser porque o natural se mede aos palmos, portanto. Voltando à Daniela, colocam uma pessoa que é católica devota e que tem manifestado em toda a sua vida uma lógica de caridade e misericórdia e ajuda aos pobres quase que fora da Igreja, mostrando uma insensatez inumana e uma estupidez galopante, já que todos os dias mais notícias de coisas destas aparecem. Qualquer dia teremos, como os antigos judeus, de andar com rolos de papéis com as 365 leis que começam com Não farás, Não podes, etc. O que acho giro é que os Black Eyed Peas, por exemplo, vão participar na mesma. Isso sim, são músicos de qualidade.
E outra coisa: deixem de ser hipócritas. Se querem dizer não e afastar pessoas que usem preservativos (mais do que apenas ser a favor), as igrejas só tinham no seu interior as velhas, que já não precisam disso.

Parece que há gente que gostou muito d'"O crime do padre Amaro"

A partir de agora também se aceita como padre indivíduos do sexo masculino que nutram um carinho muito especial pelo sexo oposto, sejam machos, ou com tendências disso, e quem apoie a cultura marialva. Finalmente se tornou claro que padres que amem mulheres no sentido mais estrito do termo podem e são catalogados pelos seus pares como apenas alguém com devaneios. Ora bolas, errar é humano, perdoar é divino, portanto perdoe-se aqueles que têm tendências naturais de partilha de leito conjugal.

11.16.2005

Coisas que apetecem

Hoje apetece-me viajar para um sítio bem longe, e ficar sentado a olhar o pôr-do-sol, a sentir o dia a acabar... Alguém se oferece para ir comigo?

11.14.2005

Pensamento de todos os dias

Os dias deviam ter 30 horas.

11.03.2005

Donnie Darko



É minha convicção que mais ninguém, para além de mim, possa ter adorado este filme. Não o acho por sobranceria ou outra coisa similar. Mas sim pelas particularidades que o filme contém. No fundo não é um filme sobre nada, quer dizer, não é uma história como um conto de fadas. è um filme sobre um estado de coisas, numa determinada pessoa. Não é hábito filmes assim. Neste aspecto penso até ser único. A questão é que cada pessoa que o vê acha que o filme é sobre uma coisa que não tem nada a ver com o que outra acha e a verdade é que podem as duas ter razão! A minha opinião é que filmes como este também se podem apreciar.
O facto do Donnie aparentar ser um esquizofrénico demente com alucinações e um amigo imaginário que o impele a fazer coisas estranhas apenas para ver o que vai suceder depois pode apenas ser aparente. Talvez seja uma possível frase resumo.

Dali não surreal



Ora bem, não sei o título deste quadro, mas não consigo identificar nenhum traço surreal aqui nesta pintura. Afinal os artistas não saem do berço moldados. Mais uma prova.

Sempre ausente

É o título de uma música do António Variações. É das músicas que mais gosto de ouvir.

diz-me que solidão é essa
que te põe a falar sozinho
diz-me que conversa
estás a ter contigo

diz-me que desprezo é esse
que não olhas p'ra quem quer que seja
ou pensas que não existe
ninguém que te veja

que viagem é essa
que te diriges em todos os sentidos
andas em busca dos sonhos perdidos

lá vai o maluco
lá vai o demente
lá vai ele a passar
assim te chama toda essa gente

mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar

diz-me que loucura é essa
que te veste de fantasia
diz-me que te liberta
de vida vazia

diz-me que distância é essa
que levas no teu olhar
que ânsia e que pressa
que queres alcançar

que viagem é essa
que te diriges em todos os sentidos
andas em busca dos sonhos perdidos

lá vai o maluco
lá vai o demente
lá vai ele a passar
assim te chama toda essa gente

mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
mas eu estou sempre ausente e não me conseguem alcançar

Gosto de a ouvir por várias razões. Uma delas porque me identifica. Em todos os versos, palavras e letras. Depois pela particularidade de estar a falar dele mesmo como se fosse outra pessoa. Essa espécie de imagem criada, teatro permanente, acção desconcertada também me identifica um pouco. A verdade é que também me sinto à parte, diferente dos outros, com uma dificuldade muito grande de identificação, tanto minha como dos outros. Também o sentido permanente de que falta algo, de que alguma coisa está errada...

Inundação

Hoje, no caminho de Charneca de Caparica até Corroios, vi uma situação de caos completo: berma de estrada abatida; estradas que mais pareciam rios; pedras gigantes no meio do caminho; e nada mais nada menos do que 5 carros com o motor avariado devido a tentarem passar pela água tal e qual os peixes. Claro que só autocarros conseguiam passar por ali. E no meio da confusão total, parece que não somos um país civilizado. É que não vi um único polícia, um único guarda a tentar resolver a situação do trânsito que ficou completamente parado, a tentar fechar as estradas para as pessoas não passarem, nada! Não entendo. Se não servem para resolver os crimes, ao menos tentarem resolver isto.