4.11.2005

Mundo Superficial

Não entendo muito bem a crise da profundidade nas relações entre as pessoas. Olho à minha volta e a cultura da aparência, da ligeireza, até da absoluta brincadeira supera todas as outras perspectivas que tomamos. Nada do que se faz parece concreto, é simplesmente um meio de divertimento. E mesmo o que é possivelmente concreto, está assente numa leviandade grosseira, de possível recuo, de mudança constante. Passos seguros só se dão após muitos momentos de busca e de procura, porque estamos cada vez mais envolvidos na passagem do tempo. Não existem alturas para pararmos e tomar consciência do que é real. O que impera neste momento é que nada é real, por isso tudo é possível. Tenho de escolher entre esquecer o passado e viver nesta sociedade, integrado, ou ser eu mesmo, completo, e sofrer consequências disso.

Comments:
Joana, compreendo a tua solução...porque já a tentei. Quando falo em mundo falo sobretudo do sítio onde estou inserido e das pessoas que conheço. Considero-as e elas valem a pena. Mas estou cada vez a sentir-me mais inadequado porque me olham como alguém obsessivo por dar importância, por não saber esquecer...e por querer sempre tomar medidas. O problema é este: não posso tomar meios termos sem querer trair o que mais tenho de concreto...eu mesmo.
 
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