confissões de uma alma perdida

Modernismo foi um termo usado pelo papa Pio X (1835-1914) para descrever a doutrina de um grupo de teólogos, que era a seguinte: a aceitação de que a Igreja e os seus dogmas são ou derivam de instituições humanas que evoluíram no tempo, e que irão continuar a evoluir, e os seus documentos têm de ser vistos de um ponto de vista histórico, e analisadas como tal, da mesma forma que todas as outras instituições criadas pelo homem o são. Pio X descreveu o modernismo não apenas como uma heresia mas a verdadeira súmula de todas as heresias, porque minava a Igreja através dos seus próprios fiéis, não criando divisões evidentes. Em vez de criticar um determinado ponto de vista assumido pela Igreja numa determinada situação ou de reclamar a falta de autoridade num determinado assunto, o modernismo atacava a possibilidade de uma verdade objectiva e imutável não passível de relativização ou dúvida, condenando assim o ensino de uma verdade, pois esta mudaria, provavelmente, ao longo do tempo. Pio X dizia “que a verdade é tão imutável quanto o homem, pois deriva dele mesmo.” Os seus resultados visíveis são:
- Estudo crítico dos textos bíblicos, nomeadamente na percepção de que o que está escrito não foi o que realmente aconteceu, e tentativa de perceber a perspectiva histórica do texto, encontrando a razão do texto estar escrito daquela forma
- Secularismo, ou defesa de que existe um Bem para além da Igreja, e que pode ser alcançado independentemente dela, levando assim à separação da Igreja e Estado, em termos de leis, organização social e tradições culturais.
- Explicação da religião através das emoções irracionais, explicando assim o surgimento e alteração de posições da Igreja ao longo dos tempos.
O modernismo é actualmente condenado pela Igreja, tendo mesmo sido recentemente declarado santo o papa Pio X por ter defendido as almas das muitas pessoas que, segundo a Igreja, morreram devido às heresias modernistas.