8.07.2006

MEDITACIÓN EN EL UMBRAL

No, no es la solución
tirarse bajo un tren como la Ana de Tolstoy
ni apurar el arsénico de Madame Bovary
ni aguardar en los páramos de Avila la visita
del ángel con venablo
antes de liarse el manto a la cabeza
y comenzar a actuar.

Ni concluir las leyes geométricas, contando
las vigas de la celda de castigo
como lo hizo Sor Juana. No es la solución
escribir, mientras llegan las visitas,
en la sala de esta de la fammília Austen
ni encerrarse en el ático
de alguna residencia de la Nueva Inglaterra
y soñar, con la Bíblia de los Dickinson,
debajo de una almohada de soltera.

Debe haber otro modo . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . .

Otro modo de ser humano y libre.

Otro modo de ser.
Rosario Castellanos

8.04.2006

Estádios em Angola

Não ponho em questão a paixão dos angolanos por desporto, e por futebol em particular. Nem o que haver festa significa para pessoas com vidas sem futuro ou esperança. Mas o que é que se está a pensar quando se quer fazer o campeonato de África de futebol em Angola em 2010? Não consigo mesmo entender.


FREDERICK DOUGLASS
Quando for finalmente nossa, esta libertação, esta liberdade, esta bela
e terrível coisa, necessária ao homem como o ar,
utilizável como a terra; quando ela pertencer finalmente aos nossos filhos,
quando for autenticamente instinto, matéria cerebral, diástole, sístole,
movimento reflexo; quando for finalmente ganha; quando for mais do que palavreado balofo de políticos:
este homem, este Douglass, este antigo escravo, este Negro
espancado até cair de joelhos, exilado, visionando um mundo
onde ninguém se sinta só, perseguido, proscrito,
este homem, soberbo em amor e lógica, este homem
será lembrado - oh, não com a retórica das estátuas,
não com dizeres e poemas e louros de bronze somente,
mas com as vidas nascidas da sua vida, as vidas
encarnando o seu sonho da coisa necessária e bela.
Robert Hayden

8.03.2006

Last night I dreamt that somebody loved me

E escravo. Não me é permitido enfrentar a doçura sem ser de uma forma amarga.
A arena dos lutadores. O sol dos condenados. O deserto nem sempre é um sítio agradável.

Encruzilhada

Dizer como me sinto. Pôr palavras na imensidão de uma presença constante em mim, coberto de ânsia de me exprimir, e de dar nome ao inominável. Que dizer quando todos me olham de uma forma errada e olham para uma pessoa que não lá está, porque não existe como me vêem. Fugir do mundo, esquecê-lo e não me importar com nada parece ser a única forma de caminhar. Mas custa; abandonar as teias do coração, o que criei por pessoas que não se importam que viva ou morra. É. A encruzilhada vejo bem. O que não vejo é nenhum sítio de jeito para ir.